PROPOSITO E AÇÃO MAMÃE E PARCEIRA o buraco está dentro

Às vezes fico pensando como é difícil dar o primeiro passo e mais ainda para dar o segundo, o terceiro, o fim chega e nos sentimos muito confortável ao fim de uma conquista, mas ao olhar para traz o esforço utilizado, a vontade de dar certo, a surpreendente ansiedade fazendo aquela pressão e nossas resistências negativando cada ação, é muito sofrimento para uma pessoa só ter uma meta, um projeto, ou realizar algo mesmo que pequeno sem encarar o peso da angustia que sempre vem.

Precisamos de motivação, harmonia pairando sobre o ambiente e na mente, tempos pacíficos, coração tranquilo e mente aberta, que receita hem, mas olha só, para uma mamãe ou parceira é incrível sentar por dois minutos apenas todos nos solicitam e os problemas então! Parecem nos sufocar, precisamos de muitas ideias de como direcionar cada coisa no seu lugar e muitas vezes sem auxílio de ninguém, um ombro amigo é bom, mas é tudo na hora.

Neste miolo do imediatismo do urgente temos que buscar nossa sobriedade para nos acharmos ainda normal, quando temos um ente querido em uso de drogas constante ou periodicamente e podemos nos perceber numa corrente elétrica entre o que vou fazer hoje para intervir numa solução eficiente e eficaz ou se vou viver com ansiedade em alta com medo da próxima recaída, meu DEUS, cadê você, como pode sofrer tanto com tanta culpa e com tanta fé, com tanto medo de errar, afinal a escolha vem por você mesmo ou  por omissão.

Andei lendo um pouco sobre a jornada da heroína da autora Maureen Murdock, aliás tem uma profissional @terapiainteligente, oferecendo um curso sobre o assunto, além de artigos sobre este tema e resolvi começar por aqui a convidar meus leitores a essa reflexão, a coodependencia pode nos assustar, mas não importa mais do que estar em conexão entre o feminino e resolver nossas feridas deixadas pelas necessidades de adequação aos valores masculinos, uma questão muito pertinente a se refletir, primeiramente, saber resolver uma coisa de cada vez, acho importante essa pausa para si própria revendo esses valores para depois se pensar em coodependencia, assim tentar se ajustar no mundo como uma pessoa que prioriza se conhecer melhor, para agir melhor nessa luta desgastante que enfrentamos todos os dias diante de um ente querido no abuso de drogas em casa.

A psicanalista Daniela Flieger traz uma analogia interessante com a garrafa e a agua, descrevendo a garrafa como as formas que aprendemos umas com as outras e pela cultura feminina do que é melhor ou moda e a agua seria o feminino propriamente dito, na qual nos distanciamos em função de estar preso na garrafa, na forma, no superficial, e além disso a agua não se mistura com a garrafa não se relacionam. Olha só, a agua não tem forma, cheiro, cor, pura, presente ou passado, profunda ou rasa, tem função subjetiva de sentir, alimentar-se, nutrir-se, são nossas percepções, emoções, é nela que flui nossas experiências do feminino e masculino juntas.

Vamos nos debruçar um pouco na mitologia com o mito de Atena, sabe-se que era uma mulher que nasceu pela cabeça do pai Zeus, sua mãe engravida de Zeus que recebe uma profecia de que essa criança viria para ser mais forte que ele e enraivecido mata a mãe de Atena e depois passa a sofrer fortes dores de cabeça, inquieto pelas dores sofrida pede a um de seus filhos a lhe proferir golpes na cabeça a fim de amenizar a dor e então algo inusitado acontece com a saída de Atena sua filha pela cabeça já mulher, incrível, sem passar pela fase de criança e já adulta é arremessada para fora tomando vida e ainda vestida de armadura e gritando com ares de guerreira.

O que fica para nós, que parece que essa ideia de guerreira nasce da cabeça de um masculino e pela história podemos definir que nasce adulta sem contato com a criança, nasce da cabeça do masculino, nasce da morte de sua mãe na qual podemos pensar em competir com a mãe e com todas as mulheres e nasce da profecia ancestral, ou seja, da dor da sua ancestralidade. Podemos deduzir que a busca pelo poder de ser melhor que o homem, competir e vencer seja porque desde o passado os homens deixaram a desejar no quesito proteção, fidelidade, ausência, cuidado e esta mensagem cultural que já amedrontou muitas mulheres tem influenciado no nosso afastamento do nosso feminino nos mantendo presas a memorias ancestrais de submissão, fraqueza mental e dependência, causando uma dor na qual não nos damos conta pela raiva que sobrepõe essa dor, a raiva é reativa, nos faz discutir para descontruir visando não se sentir ameaçado e suportar a raiva e assim não chegando até a dor.

O problema é chegar a dor sabendo que a raiva é o embrulho da dor, a dor embrulhada você não vê, você não sente.

Bom vamos voltar ao passado e pensar paralelamente na garrafa como forma superficial que influencia a cultura feminina e que muitas mulheres estão presas, no passado, um  pouco mais recente, tínhamos um modo de se vestir com espartilhos apertando a cintura ao máximo deixando o corpo um violão, como uma forma, uma garrafa, e ainda auxiliada pelas mulheres incentivadoras ou motivadoras de como se manter nesta forma mais adequadamente, hoje temos a forma das cirurgias plásticas e cosméticos sofisticados decorando essa garrafa, partindo assim, dessa forma cultural como mais importante para o feminino e ocultando a questão do sentido ou dos princípios da verdadeira sabedoria, cegando nossa visão de onde, como e porque queremos chegar e favorecendo muito o rotulo ou o superficial como quesito mais importante para nossa vida para um estar bem mais fácil de se chegar e sem mexer na dor.

Vejamos ainda a questão dos arquétipos influenciando nossas vidas, o arquétipo é uma terminologia que vem da teoria de Jung, na qual existem conceitos que anunciam ideias que se tornam coletivas, seja por conceitos espirituais, mitológicos, crenças populares, ideais, são uma forma de aglomeração do que deveria ser o ideal e contagia as gerações a pensarem assim até sem pouco questionamento como por exemplo a influência da série de TV chamada Mulher Maravilha passando-nos uma imagem de guerreira, de uma mulher onde os homens não existe, tem uma missão de provar do seu poder para combater o que o homem não é capaz de cumprir, ou de outro seriado como As Panteras num modelo mais inovador, depois atualmente as mulheres bombadas, pode se entender como um arquétipo que mostra uma mulher onde o homem não existe, assim como muitas mulheres hoje cumprem essa missão de justiceira ancestral, como se os homens não existissem empoderadas e ao mesmo tempo sobrecarregada.

Dessas lagrimas, dores, sofrimentos, dessas mulheres que se sentiram negligenciadas por homens de anos em anos e que nos primeiros anos foram formando dores que foram sendo impactadas e respondida com um ato guerreiro para que as gerações incorporando esse arquétipo respondesse aos homens um basta com ações superiores e corajosas a impor sua feminidade ferida a prova de uma mulher poderosa e forte.

Sem esquecer a raiz do feminino ferido pelo homem negligenciador na dor que nutri muitas mulheres nascidas nessas aguas do feminino ferido e da ancestralidade que nascem em busca de comparação e justiça pelas mulheres que foram traídas, abusadas, desrespeitadas gritando dizendo comigo não vai ser assim, porém perdendo o contato com a dor que está nas aguas do feminino esperando uma profunda entrada nessas aguas para experimentar o feminino sem mais o objetivo de vingança, competição, ódio, impregnado nessa mulher guerreira quando as percebemos no meio de nós ou em nós e que ao mesmo tempo afasta da identidade da sua própria vida.

As mulheres não são ensinadas a se familiarizar com a própria agua ou feminilidade, viver sua experiência em ser agua em transitar sem se preocupar com os limites de fora que são um modelo escravizador e muitas vezes miserável, injusto e inseguro, eu diria instável e perigoso pois somos muito frágeis a morte. A experiência com agua podemos traduzir como essa paz emocional, espiritual, física e mental na qual nos possibilita folego para soprar nossos desejos e intenções para a humanidade e famílias com uma sabedoria afinada com a realidade ao ponto de se obter atitudes e decisões coerentes com a satisfação mutua sem competição e sim com colaboração.

Olha só, a agua não tem limite então é difícil se fincar a consciência e estar com a identidade da sua vida nas mãos por isso muitas mulheres buscam validação de seus feitos o tempo todo pois é preciso estar com esta consciência na agua no seu feminino rompendo a raiva e apreciando a dor.

Mulheres que agem como se os homens não existissem podemos perceber que estão sempre sobrecarregadas, fazendo sempre o que os homens não fizeram, mesmo mulheres casadas que demonstram que esse marido não serve para nada, ou que nunca podem contar com ele e não precisam dele, este perfil de mulher denota a mulher que veio para vingar as mulheres que foram traídas, abusadas, violentadas, caladas, sendo competitivas e não se deixando levar por um termino de relacionamento, sendo elas que vão “usar” os homens.

Hoje essas mulheres muitas são militantes, são executivas, são mais bravas, não aceitam falar mal das mulheres, são de corrigir tudo, professoras, são políticas, briga pela justiça, são mais agressivas e tendem a brigas com mais facilidades, esse perfil parece bom, mas é imprescindível uma viagem certificadora de sua identidade nas aguas do feminino, pois talvez essas atitudes demonstrem uma projeção do masculino desiquilibrado e dentro dela um feminino rompido e desconectado com sua identidade.

O problema dessa guerreira é que quando conquista o que quer não tem uma satisfação plena por faltar condição interna, apontando aqui uma reflexão sobre nossas atitudes para nos conhecer melhor, por exemplo,  mulheres que precisam de muitos títulos, ganhar mais que o marido, ser a melhor na família, na escola, compete com o pai, irmão, amigos, porque ela nasceu da dor da ancestralidade sofrida, algo em seu interior almeja em sempre continuar tentando, em conquistar coisas mas não as sentem, como por exemplo, a compra da casa dos sonhos, mas não sentem e não saboreiam sua vitória plenamente, porque já pensam no próximo projeto ou conquista não dando tempo de sentir toda satisfação que lhe tem por direito. A guerreira objetiva ser a melhor e temos o perfil da donzela que também projeta o masculino no homem porem, ao inverso, somente o homem existe, pois tudo pede opinião, se mostra eternamente dependente, não trazendo essa identidade para si.

As aguas geram todas as realidades que existem a partir da consciência da mulher profundamente arraigada nas aguas, quando se entende o arquétipo da mulher guerreira como uma dor sofrida pela projeção ao masculino e missão de vingar a dor ferida das mulheres sofridas poderá dominar melhor a raiva e abrir espaço para sentir a dor sem mais projeções ou obrigações de vingança de justiça, podemos colaborar mutuamente com os homens e aceitar nossas diferenças de feminino e masculino andando juntos.

Uma mulher vai crescendo e esse subjetivo dentro dela não tem forma e ela não sabe se sustentar em um estrutura externa que de forma para ela, então vai tornar-se a forma de um arquétipo, fazer com que os arquétipos que são prisões magnetizadas por esta imagem coletiva de que os homens não existem e que já machucou muitas mulheres inclusive suas mães, passando a desejar ser assim e se conectando com este querer, se investindo de energia e armadura e isso se afasta da identidade real da sua vida desse mergulho na agua do seu inconsciente e consciente e que pode equilibrar suas forças feminina e masculina, porem acredita-se que essa ideia de masculino e feminino é da garrafa é da forma é do arquétipo é da cultura, na agua não separa são comunhão das duas partes.

Como tudo tem uma consequência na vida, já podemos esperar os resultados das atitudes e intenções de uma mulher guerreira, por mais dinâmica que seja, não dá tempo para a dor se manifestar, pois, injeta raiva que criar condições para seu suporte e impede a chegada a dor para ser compreendida e curada.

Essa mulher guerreira pela mitologia não tem muito corpo, mora na cabeça, pensa demais, quando chega no corpo tende a excessos, sempre quer ser a melhor e nunca é para experiência dela é sempre uma ideia no externo e compra essa ideia. A relação pode ser força física ou sensualidade devida as habilidades fálicas pelo conflito de nascimento com o pai e dor pela mãe, tende a exibição, mostrar o corpo musculoso, práticas de Cross fit, poli dance, por exemplo, precisa aprender ter corpo como aprender ter experiência corporal e não performance. A relação pode ser mente, que é mais desenvolvida, tende a um conhecimento excepcional sendo a melhor, critica e incansável, tende a utilizar medidas para seu avanço entre vencer e conquistar entre títulos e posições profissionais, familiares, sociais, mas avantajadas. A relação emocional é turva, seguida de muita luta, substitui os homens, provando que é melhor, cada experiência com dor se torna insensível e somática, gerando muita tensão muscular, compulsões e doenças somatizadoras, medindo-se ou comparando frequentemente para ser sempre a melhor, não se banca no emocional, suas emoções são frias, reconhecendo o externo e cegando-se ao interno, não precisa validar suas emoções e sim nomear suas emoções para vê-las e senti-las com agente de sua identidade.

Chegamos até aqui despertando nessa leitura um olhar as guerreiras que conhecemos ou que somos em excesso, que pensam demais e desequilibram o campo do físico e do emocional, desalinhando pela ação crítica, vingativa, agressiva, competitiva, comparativa de ser a melhor  em tudo e sobre os homens, vimos que este dinamismo tem um preço alto, a conta são somatizações e compulsões e o suprimento é a raiva que movimenta esta carga de doenças somente por um não deixar se penetrar da dor, sentir a dor, aceitar a sua dor e compreender sua identidade sem precisar provar e sim precisar ser, isso faz acontecer e não aparecer como vem fazendo sem sentir o seu verdadeiro interior.

Eu trago aqui a importância de olhar para dentro para se fortificar aceitando suas dores para poder enxerga-las essas base que estruturam este corpo e mente, este é o nosso proposito e ação mamães e parceiras, dessa mãe, dessa parceira que tem desejos e necessidades a aceitar quem tu és de fato, os problemas existem para serem refletidos e aceitos para assim vir a solução, não a mal que dure para sempre quando se enxerga-os, acredite, é muito importante fazer valer a sua história se apresentar na sua verdade a quem lhe quer amar e respeitar, porque esse rigor em se respeitar e amar-te não permite invadir o espaço do outro e assim poderemos continuar essa conversa entrando na coodependencia e dependência emocional com suas características diferentes, mas que  precisa muito da força da guerreira, mas não da excessiva, esta já vingou as mulheres, já está glorificada e agradecidas por todas nós mulheres, já conseguimos dizer não ao homem quando nos tenta seduzir ou abusar de nossas fragilidades, muitas derramarem o sangue para nos libertar das garras desses homens abusadores, pois conseguiu nos abrir os olhos de que muitos homens estão doentes em suas fortalezas de arrogância e poder, muito causou a dor na mulher e que as que se levantaram para justiçar no passado precisaram usar do poder e da compensação para formar um  ideal coletivo na sua  projeção ao masculino e ficaram presas nessa raiva para poder continuar, mas hoje temos condição de entrarmos na dor e se curar, essas guerreiras derramaram sangue para acionar forças internas nossas para hoje, abrirmos espaço para sermos mais seguras e honrar nossas filhas, nossa família, nosso trabalho, estudos, ideais com dignidade e sabedoria, ainda temos muitas mulheres sofredoras no mundo pelas ética e culturas de alguns países, mas foquemo-nos aqui no nosso país, primeiro nossa casa, depois a comunidade, depois o países, depois os outros países, o desenvolvimento está em constante movimento, dependendo do tempo e astucia de cada uma muitas já vem colaborando pela nossa proteção e cuidados e muitas já estão lá ajudando estas que estão em pior estado de sofrimento.

Com este texto fico pensando se sou guerreira assim, quem não pensou em ser a melhor da classe na escola, que frustração quando não dá certo, mas que felicidade passar de ano mesmo que na média, somos presos na infância no que nos oferecem de espaço e condições para nosso desabrochar, somos dependentes e essa escala se torna particular de cada um em seu desenvolvimento, o caminho é o mesmo, começo meio e fim, ver a diversidade e decidir as oportunidades também é único de cada um, seja por omissão ou por decisão, a certeza é que a vida é nossa mesmo e podemos ao crescer escolher melhor qual  oportunidade aceitar para acontecer no mundo de forma honesta e valorosa o reconhecimento é o prêmio esperado o estimulo que estou indo muito bem até o fim.

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